Crianças ganham mais peso nas férias de verão do que no período escolar
A obesidade infantil é um grande problema mundial. No Brasil, dados do IBGE indicam que 1 em cada 3 crianças apresenta excesso de peso. Apesar dos esforços de programas nacionais de combate a obesidade o problema só tem aumentado. Muitas ações têm sido direcionadas ao ambiente escolar, particularmente na melhora da qualidade da merenda, bem como no controle de opções alimentares das cantinas. Uma outra estratégia muito utilizada em vários países, e também no Brasil, tem sido a implementação de programas nacionais de educação alimentar e nutricional no ambiente escolar.
Um problema que tem sido apontado por pesquisadores é que poucas ações são direcionadas para o período que a criança está fora da escola, e estatísticas tem demonstrado que o verão, período de férias mais longas da garotada, tem sido uma fase crítica para o ganho de peso. Vários pesquisadores demonstraram um aumento na velocidade do ganho de peso durante as férias, e que esses quilos extras acabam reduzindo os benefícios esperados dos programas de prevenção de obesidade adotados no período de aulas.
Os determinantes principais para o ganho de peso no verão estão relacionados com a dieta, atividade física, qualidade de sono e tempo em frente a telas.
Uma análise de 2003-2008 da população americana comprovou a hipótese de que os padrões alimentares das crianças são piores no verão. Comparando aspectos da dieta nos 12 meses do ano, os pesquisadores observaram menor consumo de vegetais e maior consumo de refrigerantes durante o verão. Além disso, já que são férias, existe uma liberação, muitas vezes sem controle, de doces, sorvetes e salgadinhos.
No quesito atividade física, os achados de pesquisas são mistos. Alguns grupos de crianças tornam-se mais ativas nas férias, mas infelizmente nem todas. Apesar do clima poder ser um estímulo para atividades como andar de bicicleta, nadar na praia ou piscina, muitas crianças ficam envolvidas durante o verão em atividades mais sedentárias. Férias de atividades regulares extras como natação, judô, acabam sendo trocadas por horas de TV, videogames, tablets e smartphones. Pesquisadores americanos identificaram que o tempo médio em frente a telas aumenta significativamente durante as férias de verão. Os pais pesquisados admitem que as regras de tempo de uso de videogames ficam mais frouxas durante as férias do que durante o período escolar, já que as atividades escolares são prioritárias no ano letivo.
Um outro fato comum que costuma acontecer nas férias é a mudança do ritmo normal de sono, particularmente com os adolescentes, que costumam ficar até tarde vendo filmes e séries e acabam beliscando bobagens durante a noite e madrugada e dormem até tarde pulando o café da manhã, que seria uma refeição mais estruturada.
Uma vez que a mudança da rotina faz parte das férias, que tal não descuidar do bom estilo de vida? Já que as crianças estão mais em casa adote medidas para promover um ambiente domiciliar mais saudável. Incentivar o consumo de frutas, engajar a criançada em atividades de lazer longe das telas, e colocar limites no tempo máximo de uso de telas, bem como no horário de dormir podem ajudar a manter a saúde em dia dos pequenos. Boas férias!
Sobre a autora
- Site: www.cintiacercato.com.br
- Facebook: https://www.facebook.com/dracintiacercato/
- Instagram: https://www.instagram.com/cintiacercato/
- Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCbLI7AXyq3G2pyNDEL7zuvg
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.