Topo

Vai viajar? Saiba transportar corretamente seus medicamentos no avião

Cintia Cercato

05/07/2019 04h00

Crédito: iStock

Uma dúvida frequente de muitas pessoas é sobre como transportar seus medicamentos em viagens aéreas. Seguem aqui algumas dicas e informações que podem ajudar você na sua próxima viagem.

A primeira e importante dica que dou é que você nunca deve levar a quantidade exata de remédio para o número de dias da viagem. Sempre leve um pouco a mais. No caso de insulina, leve sempre em duplicata já que pode ter dificuldades em comprá-la em outros países.  Imprevistos podem acontecer. Seu voo pode ser cancelado, por exemplo, obrigando você ficar alguns dias a mais no seu destino.

O medicamento deve ser despachado ou levado na bagagem de mão?

Medicamentos de uso contínuo devem ser levados na mala de mão e sempre em quantidade acima da necessária para a duração do voo. Lembre-se que atrasos são relativamente comuns em aeroportos. E se houver extravio da bagagem despachada? Em geral leva alguns dias até você recuperar sua mala. Mas lembre-se: é muito importante que os medicamentos estejam em suas caixas originais ou pelo menos em seus blísteres. Nunca leve os comprimidos ou capsulas naquelas caixinhas de remédio que tem as divisórias do dia da semana. Isso impede o reconhecimento do remédio pelas autoridades de segurança. É necessário levar a receita médica junto com os medicamentos. Uma receita em inglês não é obrigatória, mas pode facilitar a identificação pelas autoridades do país visitado, pode ser útil caso necessite comprar o medicamento durante a viagem (permitido para alguns medicamentos em alguns países, mas não em todos) ou mesmo no caso de necessidade de um atendimento médico de urgência. Isso facilitará a compreensão do seu histórico médico.

Medicamentos líquidos- quais as restrições?

Existe uma resolução da ANAC (Resolução nº 515, de 08 de maio de 2019) que estabelece que todos os líquidos, inclusive em gel, pasta, creme, aerossol e similares, devem ser conduzidos em frascos com capacidade de até 100 ml quando transportados na bagagem de mão em voos internacionais. No entanto, essa resolução reconhece que no caso de medicamentos líquidos não existe essa restrição e volumes maiores podem ser transportados, desde que com a devida prescrição médica. Essa situação é bem comum no caso de antibióticos líquidos ou xaropes. No momento da inspeção de segurança, antes de passar a bagagem, informe ao funcionário da inspeção e já separe dos demais pertences a medicação com a receita. É muito importante que o medicamento esteja em sua embalagem original para facilitar a identificação.

Diabéticos, como proceder com insulina e outros insumos?

Lancetas, glicosímetro e tiras para medição do açúcar no sangue podem ser levadas na bagagem de mão, acompanhadas da receita médica. É importante que você teste sua glicose no sangue com mais freqüência enquanto estiver viajando. A mudança de rotina, incluindo estresse, mudanças nos fusos horários, horários das refeições e tipos de alimentos, podem afetar o controle do diabetes. Esteja mais atento ao monitoramento frequente da sua glicemia. Nunca guarde a insulina na bagagem despachada, pois ela pode ficar exposta a temperaturas extremas, o que pode alterar sua eficácia. A insulina mantida em temperatura ambiente deve ser utilizada, no máximo, em trinta dias. Caso utilize bomba de infusão contínua de insulina, informe ao funcionário da inspeção sobre qualquer dispositivo médico ligado ao seu corpo e onde ele está localizado antes do início do processo de triagem. Apresente um relatório médico que descreva a sua condição. Você não é obrigado a remover a bomba de infusão portátil ligada ao seu corpo. De acordo com o Dr Walter Minicucci –colega endocrinologista com grande experiência em bombas de insulina, é fundamental que não falte na sua bagagem de mão os seguintes insumos: cateteres, reservatórios, e fitas para medição de glicemia capilar e de cetonemia, naqueles pacientes que já estejam fazendo estas medidas. Outro ponto a ser levado em consideração nos pacientes em uso de  bomba de insulina e de sensores é que eles podem passar pelo sistema de segurança comum, como o detector de metal, porém não no raio X,  pois isso pode afetar a bomba de insulina e o sensor de glicose. Nesse caso, peça um controle feito por um funcionário da migração.

*Esse texto foi escrito com a colaboração do endocrinologista Walter Minicucci

 

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Vai viajar? Saiba transportar corretamente seus medicamentos no avião - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade

Sobre a autora

Cintia Cercato é médica endocrinologista pela USP (Universidade de São Paulo), que se dedica à obesidade desde que defendeu doutorado nessa área em 2004. É a professora responsável por essa disciplina na pós-graduação da Faculdade de Medicina da USP, onde desenvolve várias pesquisas sobre o tema. Foi presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) e atualmente é diretora do departamento de obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
- Site: www.cintiacercato.com.br
- Facebook: https://www.facebook.com/dracintiacercato/
- Instagram: https://www.instagram.com/cintiacercato/
- Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCbLI7AXyq3G2pyNDEL7zuvg

Sobre o blog

Este é um espaço com conteúdos relevantes sobre controle do peso, dieta, estilo de vida e tratamento da obesidade. Todas as publicações têm como base a melhor evidência científica disponível, garantindo informações de credibilidade.

Mais Posts